quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Efeito colateral

13/02/07

Como se fabricasse
Dentro de uma usina
O meu peito acelerado
Produz em êxtase endopamina
Em delírio e alucinação
Tal qual um drogado
Me intriga suas formas
O meu sentido alcoolizado
O segredo de seus lábios
O contorno me fascina
O doce mel adocicado
De sabor nectarina
As veias em explosão
Os olhos arregalados
As mãos tremulas
O corpo viciado
O exemplo maior
Uma mulher heroína
O desejo latente
A excitação da cocaína
O corpo dormente
Sob efeito de morfina
Meu maior prazer
Tem nome de menina...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Materia dos Sonhos

18/12/06


DIZEM QUE OS SONHOS COMEÇAM
JUNTO AO NASCER DA ESPERANÇA
QUANDO OS OLHARES SE ENTREGAM
ENTRE O INSTANTE PERFEITO
E O MOMENTO PERDIDO.
QUE PASSEIAM
SUBMERSOS EM TRAVESSEIROS
SOBREVOANDO O DESEJO
E ATENTANDO O PERIGO
QUE SÃO CIGANOS SEM MORADIA
QUE DESLIZAM EM LAGRIMAS
E DESCANSAM AO MEIO DIA
DIZEM QUE OS SONHOS
NOS PERMITE A DESILUSÃO
MAIS QUE EM TROCA
ARRANCA-NOS UM BREVE SORRISO
QUE DESPERTAM
O SENTIDO DE ABSURDO
OUSAM MENTIR SEM NOS OBEDECER
QUE SE EMBEBEDAM
DO NOSSO DESLIZE
E QUE SE CURAM
EM NOSSO PRAZER
DIZEM QUE OS SONHOS
VOAM SEM TER ASAS
E QUE NOS LEVAM
DA BEIRA DO INFERNO
AO CENTRO DO PARAÍSO
QUE IMPLORAM
A PERMANÊNCIA DO ESPÍRITO
EM PULOS E SOBRESSALTOS
ENTRE A ANGUSTIA E O ENCANTO
ENTRE A GARGALHADA
E O DESESPERO
QUE FAZ BELEZA RARA
O QUE ERA EXECRÁVEL
QUE TORNA O TRISTE
EM PLAUSÍVEL
ALGUNS DIZEM QUE SÃO ASSIM
COMO FANTASIAS DE CRIANÇAS
QUE SURGEM FEITO PÁSSAROS
E PARTEM COMO GANSOS
DIZEM QUE OS SONHOS
SÃO OS RAPTO DE NOSSAS
CONQUISTAS MISERÁVEIS
A PAIRAR SOBRE NOSSO
JARDIM DE MENTIRAS

MAS O QUE NUNCA NOS DIZEM
É QUE NÃO SE PODE APRISIONÁ-LOS
É QUE OS SONHOS NÃO REGRESSAM
QUE UMA VEZ PERDIDOS
SÃO CHAMADOS DE HISTORIA
SÃO ARRASTADOS DA MEMÓRIA
CARREGANDO AS LEMBRANÇAS
NÃO NOS DIZEM
QUEM NUMA TARDE QUALQUER
O SONHO PERECE,
MESMO REPLETO DE ESPERANÇA
QUE SUA ALEGRIA
TORNA-SE POEIRA SOMBRIA
QUE UMA MENTE BRILHANTE
SEM SONHOS NÃO PASSA
DE UMA CABEÇA VAZIA


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

LET ME IN (DEIXE ME ENTRAR)

“Eu só queria poder ouvir baixo o seu desejo”
Hey... Let me in
Yeah Yeah Yeah
Hey... Let me in
Hey... Let me in
Yeah Yeah Yeah
Hey... Let me in
Este não vai ser um poema, uma crônica e/ou uma analise critica, nao vai ser um texto engraçao, politico ou religioso, se quer vai ser um texto autentico, vai ser apenas um desabafo um depoimento, no qual pouco importa as concordancias gramaticas ou os erros ortograficos.
Let Me In é uma musica feito após a morte de Kurt Cobain, quando Michael Stipe planejava um trabalho em companhia deste, foi um dos momentos mais marcantes e inesperados do show, Peter ao Piano, Bill, Scott e Mill´s nos violoes, fecharam se em uma roda e fizeram uma versão acustica alem de emocionante tambem belissima.
No momento, ao vivo, eu fiquei surpreso, tanto pela musica aparecer no repertorio, quanto pela versão acustica, mas hoje, (ainda me emociono) entendo que aquele foi o momento que Stipe e Banda, quiseram dizer:
Me desculpe publico portoalegressente, mas essa não é para vocês!
Essa é para Kurt, onde quer que ele esteja.“Ele recolhia acima dele o amor e trazia todos em torno para dizer adeus”

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Comedias para se ler na escola!


18/11/2008

NOTA: 06 (ESCALA: DE 0 A 7)
Se puder presentear alguém, presenteie com um Luis Fernando Veríssimo, para os amantes da leitura será um presente dos deuses, e será guardado como um troféu, e para quem não gosta de ler, será um ótimo estimulo, uma forma de mostrar a pessoa que existe algo mais interessante que BBB e o programa do Fausto Silva.
Eu me sinto incapaz de comentar os livros, os textos e os óculos de Veríssimo, são de uma perfeição excedente, de um humor pícaro, sagaz e acima de tudo engraçado!
Para mim, Veríssimo é uma grande referencia de intelectualidade, este livro em especifico foi lido durante uma viagem do sul ao centro do pais, em menos de quatro horas, são crônicas publicadas em jornais diversos, 11 se não me engano.
É um livro destinado ao publico jovem, principalmente para aqueles que querem ingressar na leitura, com textos curtos e de linguagem clara e fácil, faz qualquer um se prender.

Se deus existe em forma de um ser humano, com certeza ele deve ser um Victor Hugo, Um L. F. Veríssimo ou um Torcedor do Corinthians.

Boa leitura

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

FÉRIAS – UMA PENA

Nada melhor do que férias, uma viagem curta, praia, pessoas diferentes, lugares distantes, toalhas limpas todos os dias, alguém para arrumar a sua cama, uma variedade infinita de livros, muitas idéias na bagagem e o sentimento de que a vida vale a pena.
Mas para sermos um tanto quanto realistas, nem sempre as férias são como o esperado e diferente de que a grande maioria pensa, férias não significam apenas momentos de lazer, fotografias e bumbuns de biquíni, há também uma serie de transtornos e aborrecimentos.
É um lugar entre o inferno e o paraíso... não, não, desculpem me, este lugar é o purgatório e não tem nada haver com férias.
Pois então, férias é o momento em que você esquece a sua vida e tenta viver a vida do ator da novela das 8, o momento em que você vai de encontro com a natureza, com obras famosas e pontos turísticos, mas você não os admira, sequer se interessa por eles, só se preocupa em fotografá-los, e depois sentir o gosto da vingança, mostrando as fotos para o seu cunhado, que fez um álbum personalizado sobre a viagem à França e tem como capa a torre Eifell.
O mais interessante das férias é o processo, na maioria dos casos funciona assim:
Você trabalha o ano inteiro (em alguns casos mais de um ano), economiza em tudo que pode, na água, na luz no gás e ate mesmo na compra da câmera digital, para poder ter as férias que sempre desejou, os 30 dias dos sonhos, dependendo da economia, 20 ou 10, no meu caso foram apenas 5, o que não evitaram os contratempos, apenas diminuíram a intensidade dos conflitos.
Mas, vale a pena!
Depois de trabalhar todo o ano feito um escravo de engenho, decide sair de férias, um lugar que seja do agrado de todos da família, que tenha pessoas bonitas, cerveja gelada, lembrançinhas e espaço na praia, e que tudo caiba perfeitamente no visor da maquina digital que você optou em comprar de segunda mão.
A noite, sentado a mesa, arranca os cabelos, fazendo as contas de quanto poderá gastar na viagem, percebe que deveria ter bebido menos nas tarde de sábado, nas noites de domingo e principalmente nas manhas de segunda, joga os dados e sorteia qual dos filhos ficará em casa com a desculpa de alimentar os gatos.
Mas, você se recorda que não tem gatos!
Depois de varias tentativas sem sucessos, você apela para o suborno e consegue convencer o filho mais novo a ficar na casa da sogra, onde há divertidos jogos de tabuleiros, palitinho e tricô.
- Inicia se uma pequena discussão sobre tricô:
Ele não é um jogo e muito menos divertido.
No aeroporto, tudo novo para quem nunca andou de avião, você insiste que quer ir de janela e demonstra já estar habituado com vôos e afins. Para demonstrar segurança, discute com outro passageiro, ele diz ser o dono da janela, você convicto, a sua poltrona é a de numero 21 (que por sinal é o seu numero da sorte), mas infelizmente não conferiu as letras, você sequer sabia que havia letras, e é obrigado a por a culpa na sua agente de viagens, e alega que o erro todo é dela.
Sem problema algum e sem demonstrar medo ou aflição, viaja as quatro horas de olhos fechados e mãos tremulas, enquanto aguarda uma turbulência para poder contar aos amigos que o avião quase caiu. Depois de 10 minutos da aeronave em solo, você persiste em usar o pára-quedas, nesse momento é retirado delicadamente sob tapas, pontapés e água gelada para sair do estado de choque.
A caminho do hotel, tenta convencer o motorista do táxi a se tornar um guia, faz perguntas diversas e relevantes, do tipo:
Qual o valor da passagem de ônibus?
Como é o nome do prefeito?
Onde fica a praia?
O Motorista apresentando completa animação em ser guia, resume suas perguntas em “sim” e “não”, as vezes demonstra um pouco de interesse e varia em um “talvez”
Você que tem ótima percepção visual, nota que já passou pelo mesmo lugar três vezes, e dessa vez prefere não questionar o taxista - a corrida custa um terço do teu salário mensal.
Mas tudo vale a Pena!0
Depois de deixar as malas no hotel, migra para a praia, um dos filhos que teve sorte de não ser sorteado para cuidar dos gatos, opta em ficar na internet, vendo fotos de mulheres de biquíni, você deixa o segundo terço do teu salário com outro taxista. Resolve que da próxima vez vai voltar de ônibus para o hotel.
Ainda assim vale a pena
Ao chegar à praia. Você se sente no paraíso, onde tudo só pode ser doce e maravilhoso, nisso uma gota do mar pinga em seus lábios e você grita:
- Salgada, a água é salgada, salgada, a água é salgada,
Precedente a sua infeliz brincadeira de sair do mar correndo e gritando:
- tubarão, tubarão, tubarão,
O que gerou revolta geral entre os banhistas e fez com que você forçosamente, bebesse alguns litros de água salgada, enquanto era obrigado a repetir a escalação completa da seleção de 86.
O terceiro terço do salário é gasto em picolés, sorvetes e no suborno para que os banhinhas largassem o teu pescoço e parassem de te afogar.
E isso se repete durante 4 dias
Será que vale a pena?
Neste meio tempo, você já tem um forte sotaque, parece um legitimo nativo, como se os teus antepassados que tivessem sido os próprios pioneiros daquelas bandas, se não fosse pela camisa florida, o chapéu de mexicano e a pela da cor da bandeira da Noruega ninguém diria que é um turista, mesmo você tirando foto de bancos, lixeiras e prédios desmoronados e dos bumbuns que se bronzeiam na praia.
Irrita-se ao ver que a maquina digital tem baixa resolução e imagem escura!
O valor desta pena esta saindo muito alto!
No final das contas você não entende porque um passeio de carroça custa o mesmo valor de uma passagem da capital até o interior, se espanta ao ver que seu filho, (o que passou os dias na internet) tem ainda mais espinhas no rosto.
Hora de voltar, e o que você mais temia acontece nos dois vôos de volta, uma turbulência! de nome Estelinha, tem 7 anos e não se cansa de chutar o seu assento um só minuto, vai do extremo sul ate o centro oeste do país, com chutes ritmados de dar inveja a qualquer cheerleader da NBA.
Na cidade natal, o taxista tenta te enganar no percurso, mas você gruda no pescoço dele e sutilmente sugere para que ele pegue o caminhe mais curto. Já esta cansado de ser tratado como um turista.
Na segunda feira volta a rotina normal e ao trabalho, onde ninguém tem pena, você sem ter um real, já começa a fazer as contas de quanto vale uma pena para um álbum personalizado da França e uma maquina digital de alta resolução.