terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Megera Domada



Muitos hão de alegar que uma resenha sobre as obras de Shakespeare é ultrapassado, inútil e impraticável. Mas como bom quebrador de regras que sou, vou me arriscar a discorrer sobre uma das mais vistas e conhecidas comedias do Bardo Inglês – A Megera Domada.
Em uma época em que ser apenas bela e elegante á uma donzela pouco valia se esta não tivesse a oferecer um dote significante e atraente, viveu Catharina, Filha de Batista e irmã da tão estonteante Bianca.
Catharina semeava o pavor entre os homens, por seu temperamento genioso, cruel e abominável e não havia sequer um homem em Pádua capaz de desposá-la, mesmo sendo o seu pai, Batista, um grande comerciante e homem poderoso da cidade do nordeste italiano.
Sua crueldade tinha como único fundamento, causar infortúnio à bela Bianca, por esta ser a preferida de seu pai; como era de costume, Batista só autorizava que Bianca se casasse, depois de Catharina, e mesmo prejudicando a si própria, Catharina tinha em mente a infelicidade eterna de sua irmã caçula; já que esta possuía vários pretendentes, Lucêncio, Grêmio e Hortênsio.
E foram estes, que deixaram suas desavenças de lado, e de forma amigável, tendo em comum o mesmo objetivo, arquitetaram um plano no qual encontrariam “um louco” para que este desposasse Catharina, mesmo sabendo que a missão se não impossível era de veras muito difícil. Eis que surge Petrucchio, velho amigo de Hortênsio, que padece na falência, vendo em Catharina o que ninguém antes pudera ver, se atreve a pedir a mão da mesma imediatamente, com o propósito de recuperar sua riqueza outrora perdida.
Condenada por muitos como uma obra machista, esta comedia de Willian Shakespeare, tem grande repercussão ate nos dias de hoje, sendo novamente apresentada em varias versões, seja nas telas do cinema (como no filme de 1967, estrelado por ninguém menos que Elizabet Taylor e Richard Buton), em novelas (O Cravo e a Rosa – GLOBO – 2000), e nos teatros ao redor de todo mundo.
É preciso se ambientalizar em uma época em que o amor pouco valia, e que casamentos eram feitos à base de favores financeiros; ter uma visão medieval para que possa ser possível a compreendida a intenção do autor em relação ao humor e o inesperado. E não tratar a comedia como uma obra de criação chauvinista e ultrapassada de alguém que é mundialmente conhecido por ser o pioneiro do romantismo.

Nenhum comentário: