IRA - Xadrez, truco e outras gueras. (José R. Torero)

José R. Torero.
Romance – 184 pág.
Ed. Objetiva – 1998.
R$17,35
NOTA 04/07
ISBN 85-7302-215-9
Série: Plenos Pecados.


APESAR DO NOME, POUCO HÁ DE RAIVA E ÓDIO – ESTES QUE SÃO OS PRÓPRIOS SINONIMOS DA IRA - NESTA OBRA ESCRITA POR JOSE. R. TORERO, OS SEUS PERSONAGENS SEM MUITAS CARACTERISTICAS DISTINTAS NÃO HÁ POSSUEM MESMO VIVENDO OS ARDORES DE UMA GUERRA SANGUINÁRIA.
O LEITOR DIANTE TANTAS INFORMAÇÕES E EXPLICAÇÕES DE TORERO SE HABITUA E AMBIENTALIZA COM A PROPRIA IRA PASSA ATE MESMO A CONHECER TODA A SUA ARVORE GENEALOCICA, MAS EM NENHUM MOMENTO SE VÊ POSSUIDO DESTE QUE É O PECADO MAIS COMUM ENTRE OUTROS TANTOS.
IRA – XADREZ, TRUCO E OUTRAS GUERRAS (184 PÁG – ED. OBJETIVA) É O TERCERIO LIVRO DA SERIE PLENOS PECADOS LANCADO PELA EDITORA OBJETIVA; NARRA A HISTORIA DE UMA GUERRA EM QUE PREDOMINA OS DESEJOS PESSOAIS E OS CAPRICHOS DAQUELES QUE A CRIARAM E A MANTÊM, AO CONTRARIO DO QUE ERRONEAMENTE IMAGINAMOS QUE SEJA OS VERDADEIROS E BONS MOTIVOS PARA UMA GUERRA.
A PRIMEIRA PAGINA DO LIVRO É ESCRITA EM CAIXA ALTA E LETRAS GARRAFAIS O QUE DEIXA BEM CLARO O QUE SERIA UMA DISCUSSÃO ENTRE O REI E O DIPLOMATA DE UM PAÍS COM INTERESSES IMINENTES; E ASSIM A GUERRA SE FAZ, COMANDADA POR SEU GENERAL QUE DESEJA A SUA IMORTALIDADE NOS LIVROS DE HISTORIA E SEGUIDA POR TODOS NA HIERARQUIA MILITAR CADA QUAL COM SEU CAPRICHO E DESEJO POR MAIS ÍNFIMO QUE SEJA, ENTRETANTO NENHUM, ENTRE SOLDADOS, SARGENTOS, TENENTE VAI À GUERRA POR IRA AO INIMIGO.
É EVIDENTE A ANALOGIA COM A GUERRA DO PARAGUAI, EM QUE DE QUALQUER ÂNGULO SE VÊ INJUSTIÇA (SE É QUE HÁ ALGUMA QUE SEJA JUSTA) PELA DIFERENÇA DE EXTENSÃO TERRITORIAL E PODERIO MILITAR. A SITUAÇÃO TOMA PROPORÇOES AINDA PIORES QUANDO O REI DECIDE SE APROPRIAR DAS TERRAS VIZINHAS. O EXERCITO DO REINO DESTROÇA O EXERCITO INIMIGO E TOMA POSSE DAS CASAS E COMERCIOS DE CIVIS ASSIM COMO DE SUAS MULHERES – SÓ MAIS DO MESMO, EM QUALQUER GUERRA, ATE MESMO O FATO DE OS CIVIS SE REVOLTAREM E PROVOCAR UMA DEMANDA DE MORTES INESPERADAS, A ULTIMA.
APESAR DO CONTEXTO CRITICO A OBRA É CHEIA DE GRAÇA, TORERO CONSEGUE DEIXAR O CLIMA AMENO E O LIVRO LEVE E ENGRAÇADO, COM PERSONAGENS SIMPLES E DISTINTOS. ELE FOGE DA PRINCIPAL PREMISSA DA LITERATURA QUE CONSISTE EM DEIXAR O NARRADOR OCULTO E IMPARCIAL QUANDO A HISTORIA FOR CONTADA EM TERCEIRA PESSOA. TORERO DILACERA A REGRA COM SUAS OPNIOES E PALMITES QUE EXPOE AO LEITOR, DEMORA ATE MESMO A COLOCAR O PROTAGONISTA EM CENA, E QUANDO O FAZ, MANIFESTA A INTENSÃO DE FAZÊ-LO, ENTRETANTO EVITA A PROXIMIDADE COM O PROPRIO E SEQUER TEM A PREOCUPAÇÃO DE DAR LHE UM NOME.
O LIVRO POR SER CURTO, É A OPÇÃO PERFEITA PARA UM FINAL DE SEMANA, NO ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA. E NO FINAL DE TUDO VOCE AINDA SE PERGUNTA ONDE ESTÁ A IRA? TALVEZ EM UMA PARTIDA DE TRUCO OU XADREZ. PORQUE NÁ GUERRA ONDE SÓ HÁ INTERESSE NÃO HÁ ESPAÇO PARA ELA.

Boa leitura...