quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA.


A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA
UMBERTO ECO
ROMANCE - 453 PAG
ED. RECORD
R$53,00
NOTA 04/07

Sou um fã incontestável de Umberto Eco, seus romances são cheios de magia, e os seus personagens de uma sagacidade que nos permite uma pitada de inveja, por sermos seres tão boçais. Mais isso não quer dizer que as leituras de seus livro sejam mamão com açúcar, ou algo próximo de Marcelo Marmelo Martelo, pelo contrario, são sempre tramas em que se aprende muito, sobre variados temas, isso é fruto da inteligência de Eco, que usa de suas obra para nos transmitir um pouquinho de seus vasto conhecimento.
Há quem diga que este livro é a própria biografia do autor, de forma muito bem disfarçada, no qual ele faz uso de um alter ego de nome Giambattista Bodoni, para relatar como foi “bela” a sua infância.
Em especial “A Misteriosa Chama da Rainha Loana” é um livro cheio de referencias em que faz você se ambientalizar com a Itália da segunda guerra mundial. A historia propriamente relata a vida de Yambo, um culto vendedor de livros raros, que apos sofrer um acidente perde a memória e passa a viver sobre uma nevoa em relação ao seu passado. Capaz de citar os mais diversos poemas, e fazer citações de suas celebres leituras, lembrar Yambo sequer consegue lembrar o seu próprio nome.
Apos seguir a sugestão de sua esposa; Yambo volta à casa de campo de seu avô, inerte sobre a nevoa, lá ele se depara com todo o material (ainda guardado) de sua infância, entre gibis, livros, cadernos escolares e vinis antigos, passa a fazer um mapa do que foi a sua historia.
Devido ao deleite das descobertas, sofre um segundo acidente, com características diferentes do primeiro, induzido ao coma, consegue visualizar toda a sua infância e o período entre guerras, fato relativamente importante em sua personalidade, o que mais tarde explica, a sua atração pessoal pela nevoa.
Neste desenrolar, Yambo consegue se lembrar de tudo e todos, com exceção do rosto de Lilá, seu grande amor. Dessa forma o livro chega em suas linhas finais, cabendo ao leitor a interpretação mais plausível. Se levarmos em consideração as outras obras do autor como “Em nome da Rosa”, “O Pendulo de Focault” e “Baudolino”, esta obra deixa desejar, tendo como principal enredo um flaskback italiano, um prato cheio para europeus. Dentre todos os fatos, o que mais chama atenção pela originalidade, é o dialogo que se sucede a partir da pagina 345, em que um de seus mestres, discorre uma teoria em que Deus seria o maior facista de todos os tempos e ele propriamente é o mal.

Boa leitura.

Nenhum comentário: