terça-feira, 28 de abril de 2009

O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener)



FERNANDO MEIRELLES
DRAMA
128 min.
E.U.A. - 2005
Roteiro: Jeffrey Caine, baseado em reito de John Le Carré.
Elenco: Ralph fiennes, Rachel Weisz, Daniele Harford e Danny Huston.

SE VOCÊ É DAQUELES QUE SE RETRAEM NO SOFÁ COM OS FILMES DO “STALLONE” DO “SCHWARZENEGGER” E DO CAPITÃO NASCIMENTO, EM QUE A CADA CINCO MINUTOS DE FILME RODADO, HÁ UMA EXPLOSÃO, EXTRAORDINÁRIA, CAPAZ DE DESTRUIR GALPÕES E DESTROÇAR PELOS ARES VILÕES RUSSOS, TRAFICANTES CUBANOS E TODO O CENÁRIO “HOLLIWOODIANO”.
NÃO ASSISTA A ESTE FILME.
VOCÊ NÃO VAI ENCONTRAR O QUE PROCURA!
SE VOCÊ AINDA SONHA ENCONTRAR SUA CARA METADE, SE EMOCIONA COM NOVELA MEXICANA, PRETENDE SE CASAR NA IGREJA COM VÉU E GRINALDA, E OUVE AS CANÇÕES ANTIGAS DA “LAURA PAUSINI” SOZINHA DE MADRUGADA.
PELO AMOR DE DEUS NÃO ASSISTA ESTE FILME.
VOCÊ TAMBÉM NÃO VAI ENCONTRAR O QUE PROCURA.
MAS...
SE VOCÊ TEM O MÍNIMO DE SENSO CRITICO, CAPAZ DE DISCERNIR ENTRE O QUE É FEIO E O QUE E REAL:
SEJA BEM VINDO!
COM AS SAUDAÇÕES DE FERNANDO MEIRELLES.
POIS ESTE FILME SE TRATA DE MAIS UM DAQUELES DO TIPO QUE “SÓ OS SÁBIOS PODEM VÊ-LO”, NÃO NO SENTIDO LITERAL DA PALAVRA, MAS NO SENTIDO LÍRICO, SER SE TORNAR PIEGAS.
UM FILME FEITO PARA AQUELES QUE SE MANTÉM DE OLHOS ABERTOS DIANTE A MISÉRIA TORTURANTE NA ÁFRICA, FEITO PARA AQUELES QUE ENXERGAM ALEM DO CONVENCIONAL ESTEREOTIPADO DAS TELAS DE CINEMA.
FEITO PARA QUEM PODE VER ALÉM DAS CURVAS SENSUAIS NA NUDEZ DE RAQUEL WEIZ QUE BRINDOU BRILHANTEMENTE, COM DIREITO A CHAMPAGNE E TAPETE VERMELHO A SUA ATUAÇÃO, GANHANDO A ESTATUETA DE MELHOR ATRIZ COADJUVANTE.
O FILME TAMBÉM FOI INDICADO PELO ROTEIRO ADAPTADO, PELA TRILHA E PELA EDIÇÃO, GANHARIA TODAS! SE NÃO FOSSE OS COWBOIS DA MONTANHA DE BROKEBACK, QUE DIFICULTARAM AS COISAS.
COM PRÊMIOS OU NÃO, MEIRELLES, MAIS UMA VEZ – ASSIM COMO EM CIDADE DE DEUS – NÃO FAZ OBJEÇÃO DE CENAS CRUAS E FORTES, DA A CARA A TAPA EM UMA ÁFRICA EM QUE OS INTERESSES POLÍTICOS FAZEM A ORDEM E A PROPINA É O MOTE DA VEZ. TALVEZ NÃO ESTEJA MUITO AQUÉM DA REALIDADE BRASILEIRA, E TODA A VIVENCIA NO PAÍS TUPINIQUIM LHE PROPORCIONOU UM ÓTIMO EXEMPLO PARA A PRODUÇÃO DE “O JARDINEIRO FIEL”, CUJO FINAL É EXTREMAMENTE TRISTE E CONDIZ COM A REALIDADE; EM QUE NEM SEMPRE O MOCINHOS SÃO OS VENCEDORES.

ASSISTA SE VOCÊ FOR CAPAZ...

THE CONSTANT GARDENER
DRAMA
129 min.
EUA – 2005
ROTEIRO: JEFFREY CAINE, baseado em roteiro de John Lê Carré

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Travessuras da Menina Má (Mário Vargas Llosa)


AS AVENTURAS DA MENINA MÁ
MARIO VARGAS LLOSA.
Romance - 302 PÁG.
ED. ALFAGUARA
PRESENTE KARLA
NOTA 06/07

Não é preciso conhecer toda a historia de Llosa, para perceber uma leve autobiografia como pano de fundo nesta arrebatadora historia de amor, que foge ao estereotipado mamão com açúcar das novelas mexicanas.
Menina Má (302 pág. – 2006) é um romance cheio de vivacidade, de amor, ódio e poesia, em que a narrativa nos leva a uma belíssima viagem européia.
O livro conta a historia de Ricardo Somocurcio, que em sua adolescência em Lima, se apaixona por Lily, uma garota chilena, cheia de encantos e intrigas, que mais tarde será conhecida como a menina má.
Ricardo se muda para Europa, onde consegue um emprego de tradutor e interprete, leva uma vida medíocre em que a sua maior conquista, e o simples fato de ele morar na cidade de Paris, o que sempre foi o maior sonho desde os tempos em que morava no Peru.
Em certa ocasião, Ricardo reencontra a Menina má, e se vê ainda apaixonado por aquela garota que a todos encantavam no bairro de Miraflores, agora com outro nome mais ainda com o mesmo encanto, Lily, se tornou uma revolucionaria cujas idéias são muito questionáveis, devido a covardia de Ricardo ela se muda para Cuba, e deixa o próprio Ricardo meses, em uma espera angustiante.
Em um novo reencontro, a menina má já volta casada, e esquecida dos ideais revolucionários, com um ar predominante sobre o amor de Ricardo, o qual ela menospreza, sem deixar de aproveitar os prazeres que este lhe oferece. Sempre ciente das pretensões da perversa menina, Ricardo passa com o tempo a aceitar a situação de sempre ser trocado pelo poder e dinheiro alheio, a historia toma esse enredo, em que a menina ma sempre aparece em sua vida em intervalos entre um amante e outro. E quanto mais poder a menina adquire, mais ela deteriora o próprio corpo e a sua moral.
A obra tem como ponto alto as transformações sociais européias, entre as cidades de Paris, Londres e Madrid; são retratadas as idéias políticas e revolucionarias da época, assim como a guerrilha que se assenta sobre a América desta época, especificamente no Peru, que sofre um retrocesso devido à ditadura militar.
Llosa, afirma que o livro é meio vivencia e meio imaginação e traça um paradoxo em que de um lado: odiamos a menina de idéias próprias e hábitos não ortodoxos, que possui uma ousadia infame, justificada pela pobreza dos tempos de infância, que emerge das castas miseráveis da capital peruana e contra todos os preceitos e paradigmas de uma sociedade capitalista; faz das suas artimanhas, a forma de ter uma vida decente; do outro lado amamos o bom menino, um sujeito opaco e covarde, que se submeteu a uma vida medíocre, para simplesmente morar em um grande centro cultural, que vive sem ambições e tem um emprego que não lhe proporciona grandes méritos, cujo grande desejo oculto é a vontade de escrever.
Um livro para ser lido pagina por pagina, sem a ansiedade sussurra ao ouvido de que forma se acabara o romance que perdura por mais de 40 anos.

Boa Leitura.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Escrita tem Dessas Coisas...


Escrever por hobbie tem uma vantagem, o dia que você não quer escrever você simplesmente não escreve. E quando escreve o faz sobre o nada, ou sobre os times do rio, que no fundo vai dar no mesmo.
Você ainda tem outras opções, escrever sobre quando não quer escrever, ou arriscar uma teoria sem fundamento nenhum e descobrir sem querer a formula da coca cola ou a cura do câncer.
Escrever tem dessas coisas.
Mas quando você é um escritor e ganha por isso, mesmo que seja pouco, mas ganha, você tem a obrigação e o compromisso de escrever, e de preferência que seja algo que agrade o teu chefe, ou ao menos que esteja em evidencia nos principais meios de comunicação.
Se você for um sujeito daqueles tipos, que adoram bajular e maravilhar o teu chefe é aconselhável que você assista muito a emissora do “plim plim”, leia as revistas “Veja” e escute todos os álbuns de Caetano Veloso; essas três qualidades juntas diminuem em 50% as possibilidades de você ser mandado embora por subversão, mas corre o risco de sofrer de falta de criatividade. Todavia se você vai para a redação de bermudas e chinelas e não esta nem ai para o que pensa o teu chefe, e muitas vezes, deixa cair cinzas de cigarro no chapéu Panamá dele, bem vindo ao clube meu amigo. Você faz parte da minoria pensante que não tem como pretensão apenas encher de lingüiça sua coluna semanal, e sim, transformar o teu leitor em um cidadão ativo na sociedade com valores e conceitos solidificados.
Tudo bem isso é exagero, mais quem é que se importa com isso?
Nós sabemos que nem sempre as teorias são aprovadas pela censura da edição, da impressão e da distribuição. E por isso os textos que chegam aos olhos do leitor são em sua maioria assuntos sobre animais, analogias presidenciais e crises financeiras, quando na verdade o leitor só quer ler sobre esportes ou novelas.
Esses assuntos fúteis e irrelevantes, que não são do seu interesse, deixam o estimado leitor estagnado, sufocado. Ele sequer entende bulhufas, de crise do imobiliário, de bolsa de Frankfurt ou Nasdaq, não entende nada de tudo o que está escrito, e fica feliz por não ter estudado Economia, e gasto todas elas no barzinho da faculdade.
O que ele quer mesmo é saber quem é o artilheiro do Campeonato Paulista, ou então quem é o verdadeiro pai, da menina da roça da novela das 6. O que importa se o deputado viajou com a passagem do outro, ou se foi a sua tia, prima ou a sua sogra? Como bom companheiro que é o leitor, ele só deseja que ela tenha ido para o inferno, e que se não for pedir muito que a sua cerveja esteja gelada e a mulher não esteja naqueles dias vermelhos.
A escrita tem dessas coisas...
Do escritor, pensar que se pode jogar goela abaixo do leitor, todas as frivolidades que passam pela sua cabeça, como se fosse uma sopa de letrinhas, cujo caldo tem um sabor azedo e amargo. Não é a toa que a grande utilidade do jornal seja para que o pintor não derrame tinta no piso da sala, e melhor nem dizer qual o outro lugar que se é de costume usa-lo, em respeito aos senhores e as senhoritas.
Se os Sumerios, quando inventaram a escrita soubessem quanta bobagem seria dito pela sua invenção, aposto que teriam inventado a lâmpada ou o acendedor de fogão elétrico.
E hoje estaríamos mais arvores no planeta e estaríamos livres dos livros de Paulo Coelho e das Bulas de Remédio e desse texto que não fala sobre nada.

sexta-feira, 17 de abril de 2009