quarta-feira, 6 de março de 2013

O Prisioneiro do Céu (C. R. Záfon)

O prisioneiro do céu






O meu primeiro contato com C. R. Zafon foi em “o Jogo do Anjo”, de lá para cá já se passaram mais ou menos uns quatro anos, deste então foram quatro livros lidos do autor, e um que aguarda na estante.

Não dá para dizer que me tornei fã do cara, mas que gosto da sua escrita isso é inegável, O prisioneiro do Céu, não foge a habilidade de Zafon, pelo contrario, parece que o autor esta ainda melhor, a escrita é de forma tão agradável, que muitas vezes parecia que eu estava propriamente dentro da trama, como se fosse um expectador de tudo que acontecia em volta.

O livro é parte da tetralogia do cemitério dos livros procedido pelo famoso à sombra do vento e do próprio O jogo do anjo.

É valido ressaltar que cada livro pode ser lido separadamente sem que haja um conflito de entendimentos, mas é obvio que sempre a fios soltos que a obra posterior acaba engrenando e elucidando possíveis e quaisquer dúvidas.

Záfon é um mestre no quesito contar historia, seus personagens são riquíssimos, e muito bem construídos, a trama tem todo um suspense, sem que para isso o autor tenha que forçar a barra, ele surge de forma natural, e consegue inserir humor mesmo em momentos de pura tensão

Em o prisioneiro do céu, quem ganha muito espaço é Fermín, o ajudante da livraria Sampere, que cresceu junto à trama, Fermín revela os segredos, seus, da família Sampere e da própria vida em Barcelona, o leitor se depara então com sentimentos tão comuns do dia a dia, tal qual vingança, ciúmes e ganância é como se o livro possuísse em seu conteúdo vários contos; mas de forma tão interligadas que o resultado só poderia sair em um Best-seller; se não falo mais da obra em si, é para não cometer a indelicada proeza de expor spoiller, o que não da para deixar de lado é o fato de o livro não ter um clímax e também deixar alguns frestas que possivelmente serão explicadas no próximo livro de Záfon, que aguardamos com muita ansiedade.

sábado, 2 de março de 2013

Argo (Ben Affleck)

Não é difícil de compreender o motivo de tanto estardalhaço em torno do filme “Argos” e não precisei chegar aos créditos para saber que o filme é de qualidade acima do esperado; mesmo sendo interrompido por minha esposa a cada 15 minutos com perguntas sobre as crianças e o meu dia; totalmente vidrado nos 120 minutos de filme a minha frente; entre “pauses e plays” me deparei com a fascinante historia em que fiquei tentado a ir ate o final. O filme é daqueles que te deixam com os nervos a flor da pele e te dá aquela falsa sensação de estar afundado dentro da poltrona. O roteiro se baseia em uma historia real, em que os E.U.A. o Canadá e a C.I.A. esconderam com sucesso por quase 30 anos, e somente foi revelada em 2007 em um artigo intitulado “How the CIA Used a fake SCi-Fi Flick to Rescue American from Tehran” publicado pela revista Wired.


A trama transcorre sobre este que foi um dos maiores segredos de estado na historia, teve seu ocorrido no final da década de 70, que foi chamada a crise dos reféns, mas necessariamente em 1979, quando xiístas iranianos revoltados com o asilo político cedido pelos E.U.A. ao ex´-XA iraniano.

O fato central se dá quando seis diplomatas conseguem escapar sorrateiramente pelas portas do fundo da embaixada e conseguem se esconder na casa do diplomata canadense que Poe em risco a vida da sua própria família em prol dos americanos.

A situação começa a se complicar com a iminência da descoberta da falta dos diplomatas junto aos reféns, caracterizando assim, os mesmos como espiões o que os levaria ao fuzilamento em praça publica.

Tendo o estado americano a obrigação de intervir, não somente pela vida de seus conterrâneos, mas também pelo risco de inserir o Canadá nos mesmos riscos, os grandes esquadrões do governo discutem qual a melhor possibilidade de fazer a extração dos diplomatas, é neste cenário de conflito que entra em cena Tony Mendes, o responsável de maior patente dos E.U.A. quando o assunto é extração.

Tony que já vive seus problemas pessoais (o que seria um tremendo clichê, se não fosse a pura verdade), se reúne com os mandatários, a fim de solucionar e encontrar o melhor meio de salvar os americanos; tendo em vista a época de grande produções cinematográficas como Star Wars e Planeta dos Macacos, Tony sugere que a melhor forma de extrair os americanos é criar um falso filme que possa ser rodado nas terras desertas da cidade de Teerã, e fazer com que estes se confundam com pessoas da produção dos filme.

Com a ajuda de dois renomados nomes de Hollywood, a história se desenrola, não sem antes fazer cair pingos de suor da sua testa, o que vem depois são pura tensão e adrenalina, cada minuto que passa é um que você fica sem fôlego sem saber ao certo o que vai acontecer no final.

De lição se tira o aprendizado de que nem sempre se faz necessários créditos e gratidões para se fazer o bem, e que há mais sujeira embaixo do tapete do que você esta acostumado a ver pelos telejornais e pelas revistas semanais...

O filme foi considerado um dos melhores do ano e levou para casa três das sete indicações, incluindo melhor roteiro adaptado, melhor filme e melhor edição; levaria também a de melhor ator coadjuvante, com Alan Arkin que interpretou extraordinariamente o produtor hollywoodiano Leste; mas o páreo desta vez estava duríssimo e quem levou a estatueta dessa modalidade foi o também formidável Christopher Walts, por sua atuação em Django Livre, e cá entre nós! O meu voto seria para Wats.

No final ainda se tem uma citação de Marx, que deixa bem claro como são as coisas, mesmo que apresentada as avessas pelo produtor Lester, talvez ela nos plante um pouco de duvida, o que sempre é produtivo, quando toda uma nação esta submersa na estupidez.



“A história se faz primeiro como uma tragédia e depois ela se repete como uma farsa”