quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a Cegueira


ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
JOSE SARAMAGO
ROMANCE - 183 PAG
NOTA 04/07


Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara....

Foi um grande choque o meu primeiro encontro com Saramago, logo nós que temos tantas afinidades, a rabugem é a principal delas. Mas ele tem 86 anos eu tenho só 26, posso melhorar até lá!.
Jose Saramago me surpreendeu com a sua linguagem direta, da qual excede das vírgulas e aborta a pontuação gráfica o que resulta num turbilhão de idéias que vêem a mentes e mal nos permite a assimilação dos fatos. Há tempos bisbilhotando suas obras, me veio cair à mão em forma de e-book, uma de suas obras em maior evidencia – Ensaio Sobre a Cegueira, que o nosso querido cineasta Fernando Meirelles adaptou para as salas de cinema.
É uma historia instigantes que tem como ponto de partida a frase: - Estou cego!
Em que o primeiro cego, se depara com inicio do que viria a ser uma epidemia nacional. De forma contagiante a cegueira passa a tomar conta de toda a cidade a qual Saramago sequer se preocupa em nomeá-la, assim como os personagens, que são tratados pela suas características aparentes.
Conforme as pessoas se dão conta do mal que as rodeiam, passam a isolar se, fase a qual o preconceito excede e faz com que o governo use da força militar, para isolar dentro de um manicômio os contaminados e os que tiveram acesso a estes.
Dentro do manicômio a situação é a pior possível, em que se instala o abuso de poder contra mulheres, velhos e necessitados, as mulheres são obrigadas a se deitar com homens vis e dissolutos e se instaura uma guerra interna entre os contaminados por falta de comida.
Fora deste ambiente a epidemia passa a ser transmitida por meios que não se sabe como e atinge os setores fundamentais da sociedade como abastecimento de água, luz e telefone e também a coleta de lixo e a distribuição de alimentos.
A falta do que antes era pueril trás a tona o mais selvagem instinto de sobrevivência em que uns vão acabando com os outros por pedaços de comida e por lugares a serem sitiados, neste ínterim ate os cães deixam de ser domésticos e se alimentam de corpos abandonados pelas ruas. Neste meio apenas uma mulher possui olhos que ainda enxergam, e ate mesmo ela se questiona se isso é um privilegio ou um infortúnio.
- A responsabilidade de ter olhos quando os outros perderam.
Muitos são os exemplos da crueldade em que é capaz o ser humano em momentos difíceis, e que mesmo uma sociedade que vem se organizando há séculos. Pode se perder a qualquer momento frente ao mal desconhecido.

Boa leitura

Nenhum comentário: