Pobres Macacos!

Eu nunca tinha dado muita atenção para campanhas contra o racismo, ate me divertia muito em roda de piadas, na qual os principais temas eram loiras, gordos, negros e são-paulinos. Não via mal nenhum nisso, mesmo a minha mãe sendo negra, minha tia gorda, minha irmã loira e meu vizinho são-paulino.
Ate o dia em que o discriminado fui eu. Ser chamado de macaco é algo muito ofensivo e ultrajante para o macaco, garçonzinho de merda, apesar do pleonasmo fez dilatar minhas artérias e senti meus tímpanos tremerem como se duas válvulas de vapor explodissem deles e ainda me fez escorrer duas lagrimas dos olhos. Mas o que mais me causou espanto foi ser chamado de preto, não pela cor, é ate uma das minhas favoritas, mas o fato é que eu sou pardo!
Ainda me questiono se o pobre coitado era cego ou se era só ignorante mesmo, com certeza as duas coisas. É difícil crer que ele tenha usado esses nomes de forma pejorativa, mas se de fato foi, a quem ele quis ofender a mim, aos pretos ou os macacos?
De qualquer forma este ano vou aderir a uma campanha de cunho altruísta, não necessariamente contra o racismo, mas possivelmente no setor que trata com ignorantes, esse tipo que se julga superior, mas na verdade o raciocínio ainda esta no ano de 1943 na era Goebbels e Hittler.
Estamos no tempo em que a banalização do mal tomou conta, e o barato é ser o bad boy, portar um pitbull, ter orelhas de couve flor e avacalhar com o pessoal uniformizado que da um duro para que se mantenham firmes os pilares da sociedade e vale lembrar, desde que não seja tricolor, o uniforme não é vergonha para ninguém.
Para estes e os demais, sugerimos um método já muito antigo, mas pouco utilizado, o da educação de berço, se aplicado com sucesso, traz resultados como ética, moral e respeito, ocasionando bom comportamento ate mesmo para os ditos mauricinhos e também para aqueles que não portam suas devidas rédeas. Motoristas e porteiros hão de agradecer!


Penso que não cegamos. Penso que estamos cegos! Cegos quem vêem! Cegos que, vendo, não vêem