terça-feira, 24 de junho de 2008

A PROMESSA



Um churrasco, uma caixa de cerveja e sete amigos é a receita perfeita para a criação de um time. Desses que prometem ser o melhor do estado, e que em nove meses já estará participando da serie principal do campeonato brasileiro.
Entre os sete com certeza, terá um goleiro, um barrigudo, um que nunca jogou bola na vida e quatro centroavantes, todos os sete alegando que são donos da camisa de numero 10 (dez).
A discussão, a principio será para as posições distribuídas no campo, o barrigudo se nega a jogar na zaga, como solicita um dos centroavantes, o que nunca jogou nada na vida quer ser o treinador mesmo não sabendo que futebol se joga com os pés, o goleiro lacrimeja os olhos ao lembrar que quase fora titular no time do bairro.
A euforia toma conta de todos, menos em um dos centroavantes que já tombou de bêbado, a discussão esquenta, os nervos se afloram, quem vai bater o primeiro pênalti? As faltas de intermediaria? O que nunca jogou bola na vida pergunta o que é intermediaria. Aproveita a oportunidade e monta uma escalação, mas o time tem treze jogadores, o barrigudo revoltado com a possibilidade se ser o zagueiro, se torna o quinto centro avante do time, os nervos se alteram ainda mais, as vozes passam a ficar mais alto que a banda de pagode que no fundo toca “pagode do gago”, o goleiro quer ser o capitão do time.
Para por um instante pararam as discussão, pois acabaram as vinte e quatro cervejas do engradado, o barrigudo fica responsável de ir buscar outra, no seu fusca 78, de cor bege; os ânimos se acalmam.
O gordo volta com não vinte quatro mais quarenta cervejas em dois engradados, se revolta quando descobre que nem zagueiro é mais, que agora se tornou goleiro, e que o goleiro na sua ausência passou a ser o meia de armação time, em altos brados, começa a discutir veemente com o que não entende nada de futebol, que sugeriu a situação, nisso o que dormia acorda com os gritos e decide que quem vai montar o time é ele, pois teve um sonho enquanto dormia, que chegariam a disputar a final em Tokyo.
As cervejas passam a ser consumidas ainda em maior velocidade que antes, ninguém mais sabe quem comandar o time, e quem vai ser o único centroavante titular, decidem convidar o churrasqueiro para montar o time, e o “panderista” da banda para ser o lateral pela habilidade nas mãos.a esquerda.
Analisam qual esquema tático se encaixa melhor em um time com três ou quatro centroavantes
Ninguém mais se entende, a discussão passa das posições, vai para cor do uniforme, local da sede, tamanho do estádio até chegar aos patrocinadores. Eles todos empresários concordam na dificuldade em colaborar com a criação do time no aspecto financeiro.
Então pedem para o churrasqueiro mais um espeto, abrem mais um cerveja e passam a discutir sobre a Luana Piovanni.
E de comum acordo, entendem que montar um time não é algo para se fazer entre sete amigos.

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