quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Metralha

Já pensou você ter que sustentar alguém que seja burra, feia, preguiçosa, gorda e o pior de tudo Lésbica?
Triste não?
Pois é, por ironia do destino, triste foi perder este alguém, minha cachorra.
Foram poucos os momentos que Metralha fez parte da nossa família, mas o tempo suficiente para jamais esquecermos dela. Ela foi muitas vezes o motivo de brincadeiras, brigas e gozações, nunca vi uma cachorrinha tão feia e tão doce.
O nome era “Metralha”, mas ficaria bem melhor se fosse “Desculpa”, afinal era sempre a primeira a ser acusada em relação a sujeira do quintal, a roupa caída no chão e ate mesmo dos odores mais fétidos, mesmo não estando presente.
Foi triste ver as lagrimas do meu filho ao ver que sua cachorra o abandonara porem, mais tristes foi vela deitada estática, sem o habitual olhar intruso que por vezes nos deparávamos, sem balançar o rabo quando gritávamos o seu nome, sem os latidos constantes e tão agradáveis que cruzavam a madrugada.
Por vezes, sem ter o que nos tomar o tempo, contávamos suas dezenas de pintas chumbadas na cara, e jogávamos a bola de propósito para que ela com seu jeito desengonçado corresse em busca da mesma, e a trouxesse cheia de saliva, feliz por participar de nossa brincadeira, sem saber que era ela a brincadeira.
Metralha foi bela em nossa vida com toda a sua fealdade e formosura, e nos provou que quando se trata de sentimentos isso de nada tem valor, para se tornar inesquecível, é necessário primeiro ter sido presente.
ou morder o calcanhar de alguém...

Um comentário:

Ana Carolina disse...

dói perder um animalzinho querido, como dói!