28/02/2007
15:25
UM ANJO CINZA
PISA SOBRE FOLHAS SECAS
EM MEIO AO CAMPO,
AGUARDA ISOLADO
COM SEU OLHAR VAGO E FÚNEBRE.
OS QUE O ENXERGAM
SENTEM O AR GÉLIDO
EMANAR DO PRÓPRIO CORPO
COMPREENDEM A SUA HORA;
FORAM TRAÍDOS PELO DESTINO,
O TROPEÇO DA ALMA
AGORA DESABITA A MATÉRIA,
ILUDIDA EM SORRISOS
E LEMBRANÇAS,
O TEMPO JÁ NÃO EXISTE.
AO SEU REDOR,
CHAPÉUS EM BAIXO
DAS GOTAS DE CHUVA
QUE SE MISTURAM
COM AS LAGRIMAS DE DESPEDIDA.
RETRATOS EM PRETO E BRANCO
COM SEU CHEIRO TRISTE E GASTO
DECORAM A CENA.
AS VELAS FAZEM A LUZ
A MORTE É O TEMA
E O PRANTO É COMO MUSICA
E O VÉU NEGRO
ESCONDE A FACE DA DOR
COMO UM JOGO
QUE SÓ A UM JOGADOR
COMO PREMIO,
A TERRA SOB 7 PALMOS
QUE SERÁ SUA POR DIREITO
UMA NOVA MORADA
O SOLO SOBRE O PEITO
SEU ETERNO LAR
DE UM PASSADO FADIGADO
O PRESENTE DESCANSAR
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